sábado, 7 de junho de 2014

Lima, capital do Peru - Dicas gerais


Se você vai viajar para Lima, capital do Peru, este post foi feito especialmente para você.

Não deixe de ler nossas dicas antes de viajar.


Um pouco de história

Que me perdoem os nossos índios brasileiros, mas os deles estavam séculos à frente, afinal de contas a Civilização Peruana pode ser traçada a partir de 20.000 anos ANTES dos Incas, algo como ocorreu no Egito e na Mesopotâmia.

Há duas teorias sobre os primeiros ocupantes do país, uma diz que vieram da Ásia, na região hoje ocupada pela Rússia, pelo Estreito de Bering antes da última Glaciação, e outra teoria diz que vieram navegando pelos Oceanos Pacífico e Atlântico.

Inúmeras civilizações ocuparam o território oeste da América do Sul até o final do século XII, quando nasceu a maior de todas: os Incas. Entretanto, foi somente no século XV sob a liderança o Grande Rei Inca Pachacútec que o império alcançou seu auge após a fundação de Cuzco. Vamos falar mais sobre essa incrível civilização nos posts sobre o Vale Sagrado.

Em relação à região de Lima, ela já era ocupada por cerca de 200.000 indígenas na chegada dos espanhóis, mas foi Francisco Pizarro que a fundou em 1535 como a capital do império espanhol na América do Sul.

No século XIX a modesta vila espanhola deu lugar à capital de um vice-reino, porto de saída das riquezas levadas para a Espanha.

Planejada tendo como base uma planta romana, os 117 blocos originais irradiavam a partir da Plaza Mayor até o terremoto de 1746 que destruiu boa parte das estruturas originais.

Noutro capítulo sangrento da história do país, a Guerra do Pacífico, o Chile invadiu a capital peruana em 17/01/1881 e botou fogo na maior parte dos bairros de Chorrillos e Miraflores, e ainda saqueou milhares de livros da Biblioteca Nacional (devolvidos em 2007).

Na história mais recente, Lima soube usar o crescimento da década de 1920 para criar avenidas largas com desenho inspirado em Paris, até o terremoto de 1940, quando teve de ser reconstruída.

Na década de 1980 sofreu bastante com a migração em massa da região dos Andes da população que fugia do Sendero Luminoso, cuja violência chegou até a capital com a detonação de carros-bomba em Miraflores em 1992.

Atualmente a cidade vive mais um momento de grande crescimento na onda dos ótimos resultados econômicos do país, e da evidência da sua gastronomia e turismo.


Quanto tempo ficar

Não subestime Lima senão você vai ficar com aquele gostinho de "quero mais". Por um erro na compra da nossa passagem, acabamos ficando apenas dois dias na cidade e tivemos que cortar algumas coisas importantes. 

Se você é do nosso estilo e gosta de absorver o que uma cidade tem para te oferecer com calma e tranquilidade, recomendamos 4 dias para a capital peruana. 

Mas se você é do estilo "viajante de excursão" e não se importa de ter apenas uma pincelada do lugar, dois dias serão suficientes.


Onde ficar

Nós não tivemos dúvida alguma sobre onde ficar quando decidimos ir para LimaMirafloresO belo e seguro bairro tem as melhores opções de hospedagem e restaurantes.

Esqueça tudo que você ouviu sobre a falta de segurança da Capital Peruana quando você estiver em Miraflores. Fomos informados que além da polícia, há policiais à paisana nas ruas para garantir a segurança do bairro mais elegante e bonito da cidade.

Em relação ao hotel, escolhemos através do Booking.com uma ótima opção de custo benefício. Ficamos no Hotel Runcun Miraflores e nossa avaliação foi 7,9 (a nota atual dele é 8,5). A localização é muito boa, perto do mar, casas de câmbio, bancos, restaurantes e dos principais pontos de referência do bairro. As nossas ressalvas são apenas em relação ao quarto e banheiro antigos, cama um pouco desconfortável e para o café-da-manhã ser completo você precisa pagar um pequeno extra. O restaurante do Hotel também atende no almoço e jantar, mas não tivemos oportunidade de experimentá-lo.

Uma boa referência de localização são os hotéis próximos ao Centro de Compras Larcomar. Aproveite e também faça umas comprinhas na Av. Larco que leva até o Larcomar. Você vai se surpreender como pagamos caro por tudo que consumimos aqui no Brasil.

Outra boa escolha é o bairro San Isidrovizinho a Miraflores, mas aí não há a proximidade do mar para contemplar e se trata de um bairro mais comercial e sem toda a beleza de Miraflores.


Vistos, vacinas e saúde

Não é necessário visto nem passaporte para os turistas brasileiros que viajam ao Peru, apenas um documento de identidade recente (você pode ter problemas se ele tiver mais de 10 anos).

Em relação às vacinas, não há nenhuma obrigatoriedade, mas a Anvisa recomenda a de febre amarela se você vai para regiões próximas às florestas. Mesmo que você não tome a vacina, é importante levar um bom repelente.

Problemas com a qualidade da alimentação era um mito que para mim virou realidade. Comi um ceviche estragado e ganhei uma infecção intestinal de brinde. Então vale o aviso: cuidado com o que come e com o que bebe! Água ou comida de qualidade duvidosa nem pensar. 

Se a sua mãe é daquelas que não deixa você sair de casa sem guarda-chuva quando o tempo está fechado, esqueça disso em Lima. O tempo aqui é quase sempre fechado. A diferença é que a cidade é a segunda capital mais seca do mundo (só perde para o Cairo, no Egito). Então, fique tranquilo que aqui quase nunca chove, abstraia a feiura do céu e curta a beleza do que está no chão bem à sua frente.


Dinheiro

A moeda do Peru é o nuevo sol e a sua cotação atual (06/06/2014) é de R$0,799 para cada s/1,00. Então é muito fácil converter de uma para outra, basta multiplicar o valor em nuevo sol por 0,8 e você terá o valor na moeda brasileira.

Há cédulas de s/10, 20, 50, 100 e 200; e moedas de 1c, 5c, 10c, 20c, 50c, s/1, 2 e 5. Seu símbolo é o "S/".

Chegando em Lima pelo aeroporto, recomendo que troque nas casas de câmbio do aeroporto o mínimo de dinheiro que precisar, pois você encontrará cotações bem melhores na cidade, como por exemplo na Av. José Pardo em Miraflores.

Em 14/maio deste ano, conseguimos no aeroporto s/3,45 para 1,00 Euro e s/2,66 para US$1.00, ambos ainda descontando 3% de taxa, enquanto que em Miraflores conseguimos s/3,70 por Euro ou s/2,77 por US$ (sem cobrança de taxas). Como você vê, vai fazer diferença na conta final da sua viagem.

Em relação à cotação do R$, o seu valor era de R$1,00 para s/1,00 no aeroporto e R$1,00 para s/1,06 fora dele, ou seja, é melhor levar US$ ou Euros.

Muito cuidado no uso de cartões de crédito no Peru. Soubemos de vários relatos de problemas de clonagem. 



Obs.: Alertamos que todas as cotações aqui informadas são pertinentes a março/2014, portanto é importante que o leitor verifique novamente na data de sua viagem.


Segurança

Sim, há um pouco de verdade no que você ouviu sobre a falta de segurança em Lima, mas há algumas ressalvas importantes:

- sua situação não é muito diferente das grandes cidades da América Latina, principalmente se você considerar que a população sua região metropolitana se aproxima dos 10 milhões de habitantes (1/3 do total do país).
- isto não pode ser considerado como verdade em toda a cidade, pois tivemos total sensação de segurança em Miraflores e San Isidro.

Valem alguns alertas:

- ouvimos muitos relatos de assaltos a quem chega por via aérea e pega táxi clandestino. Portanto, recomendamos que você já saia do Brasil com seu transfer do aeroporto para o hotel comprado, ou contacte alguma empresa estabelecida dentro do aeroporto. 
- os serviços de táxi são um problema sério devido à falta de fiscalização. Tem de tudo rodando como táxi. Nós mesmos tivemos a preocupante experiência de pegar um táxi e o motorista tomar o caminho errado. Se eu não estivesse acompanhando o trajeto pelo GPS, não sei nem onde iríamos parar.
- o Guia Lonely Planet alerta que os bairros de Rimac, Callao, Surquillo e La Victoria são barra pesada, e San Juan de Lurigancho, Los Olivos, Comas, Vitarte e El Augustino são os mais perigosos. O aeroporto fica localizado em Callao.
- se você está no Centro, os alertas são os mesmos para qualquer capital. Fique atento aos seus pertences e evite exibir itens de valor desnecessariamente, como máquinas fotográficas, celulares, tênis de marca e outros objetos caros.
- Acabou de comprar aquele sapato de trekking novinho para ir para Machu Picchu? Você não vai precisar dele em Lima. Use um sapato mais surradinho pra não dar na cara que você é turista.
- leve uma cópia do seu passaporte ou documento de identificação se não vai precisar do original.


Transporte

Para o transfer do aeroporto para Miraflores, contratamos a Lima Mentor daqui do Brasil. Pagamos US$80.00 por uma van exclusiva do aeroporto até Miraflores (com volta incluída), metade paga adiantado via PayPal e metade lá em Lima. O serviço foi pontual e eficiente. O mesmo percurso de táxi custa aproximadamente s/50,00.

Se vai pegar táxi, uma boa dica para não contratar clandestinos é observar a placa indicativa no alto dos veículos, um adesivo luminoso vermelho e branco nas suas laterais e a cor amarela. 



Porém, você vai ver poucos legalizados e muitos carros com adesivos de péssima qualidade. Esses são facilmente identificados como clandestinos.

É importante lembrar que aqui vale a lei da negociação, visto que não há taxímetro. Não deixe de fechar o valor da corrida antes de entrar no veículo.

O ideal mesmo é levar um smartfone com acesso à internet na bagagem (negocie com sua operadora de celular uma boa tarifa). Com ele você pode usar o Easytaxi que já faz tanto sucesso nas maiores cidades do Brasil, ter mais segurança e ainda se livrar do perrenge de negociar a tarifa, visto que elas já são tabeladas no aplicativo.


Veja as atrações de Lima no post sobre a cidade.


Acompanhe as publicações da nossa viagem pelo Chile, Colômbia e Peru na página resumo.



Para viajar para o Peru, tivemos como companheiros fiéis o Guia Lonely Planet Peru, o Eyewitness Travel Peru e a Revista Viagem e Turismo.


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