quarta-feira, 22 de julho de 2015

Bora conhecer a Plaza de Mayo em Buenos Aires?

Qual é o lugar da Argentina que tem mais a cara de Buenos Aires? Decisão difícil, não é? Afinal de contas a Capital Portenha possui tantas atrações, museus, monumentos, parques, e cada um do seu jeito a representa muito bem.

Então vamos simplificar o raciocínio: será que algum lugar nos lembra mais Buenos Aires do que a Plaza de Mayo? Certamente não.



Hoje é dia de passear por esta região tão repleta de história e beleza, bem no coração da capital do nosso vizinho mais querido (e que às vezes amamos odiar).




Se você já teve oportunidade de conhecer alguma cidade de colonização hispânica deve ter percebido que elas invariavelmente têm a sua Plaza Mayor. Pois esta era a de Buenos Aires logo após a sua fundação. Na época, existia um mercado central e ela era o seu centro político e administrativo, fato que continua até a atualidade. As ruas estreitas em volta da praça são testemunhas deste tempo. 

A Plaza de Mayo sempre foi usada também como local de manifestações políticas do país. Fatos como a famosa manifestação convocada por Evita Perón em outubro de 1945 exigindo a libertação do seu marido, Juan Perón, ficaram marcados na história. Outros personagens permanecem fortes, como as Madres de la Plaza de Mayo que reclamam até hoje toda quinta-feira por seus filhos desaparecidos durante o período militar. É pra este lugar tão emblemático que vamos hoje.

Nosso passeio começa pela Pirâmide de Mayo e prossegue no sentido horário a partir do lado oposto à Casa Rosada. Bora lá?




Pirâmide de Mayo


A pirâmide é na realidade um obelisco. Ele foi construído para comemorar o primeiro aniversário de independência de Buenos Aires da Espanha. Marca o centro da praça.



Exceto pela brutalidade da grade de ferro que divide a praça ao meio, todo o entorno é realmente muito bonito. Experimente parar e olhar pacientemente os detalhes dos prédios em volta.




Cabildo de Buenos Aires


A primeira coisa que você vai notar no Cabildo é o choque de arquitetura dele com os demais edifícios da Plaza de Mayo. Também pudera, ele foi construído em pleno período colonial (entre 1725 e 1822), bem antes dos desejos francófonos de Buenos Aires virarem realidade. O prédio era bem maior, mas foi parcialmente demolido para construção das Avenidas de Mayo e Pres. Julio A. Roca.



Como tantos outros cabildos espalhados pela América hispânica, sua função era de sede administrativa da cidade. Porém, ironicamente, foi lá que aconteceram as primeiras reuniões contra a coroa espanhola no início do século XIX.

O prédio abriga também o Museo Histórico Nacional del Cabildo y de la Revolución de Mayo



Digamos que o nome do museu seja maior do que ele propriamente dito. Mas vale a visita, pois somente a vista para a praça já compensa (vide foto de abertura desta publicação). Há também diversos artefatos relacionados à invasão inglesa de 1806 e às primeiras reuniões pela independência do país.

Há uma feira de artesanato no pátio às terças e sextas-feiras.

Preço da entrada: AR$15 (R$4,17).
Horário de abertura
Segunda e terça-feira fechado;
Quarta a sexta-feira das 10h30-17h00; 
Sábado, domingo e feriados das 10h30-18h00.
Visitas guiadas:
Quarta a sexta-feira às 15h30; 
Sábado, domingo e feriados às 12h30, 14h00 e 15h30.

Infelizmente presenciamos um fato negativo que não poderíamos omitir. Quando chegamos à Plaza de Mayo no início da viagem ele estava todo branquinho, impecável. Porém, houve uma manifestação política na praça. Quer saber o resultado? As paredes externas foram tão pichadas que deu até pena. Não entendemos como ainda tem gente que mistura política com depredação do bem público.



Catedral Metropolitana


Uma das coisas que mais nos impressionou quando chegamos à frente da Catedral foi que ela parece um templo greco-romano e não uma catedral barroca.

Observe na fachada externa as doze colunas representando os apóstolos e o alto-relevo acima delas. Ele reproduz a cena de Jacó ao encontrar seu filho José no Egito. Lindo!



O interior da catedral também é muito bonito. Mosaicos venezianos, um Cristo esculpido em tamanho natural e o altar são apenas alguns dos exemplos. 



Mas a principal e mais visitada atração é mesmo o mausoléu do herói da independência General José de San Martin. Precisou de muita paciência para conseguir tirar uma foto legal, mas a importância do que ele representa para a América do Sul espanhola mereceu o esforço.



Entrada gratuita.
Horário de abertura
Segunda a sexta-feiras das 07h30-18h45;
Sábados e domingos das 09h00 às 19h00;




Banco de la Nación


O grandioso edifício do Banco de la Nación é um dos exemplos neoclássicos espalhados pela cidade. Foi construído entre as décadas de 1940 e 1950 pelo mesmo arquiteto do Museo Nacional de Bellas Artes e do Palais de Glace. Está aberto para visitação.



Seu primeiro andar abriga o Museo Histórico y Numismático del Banco de la Nación. Se você desejar conhecer em detalhes a história da moeda do país, vale a visita.

Horário de abertura
Segunda a sexta-feiras das 10h00-15h00.


Casa Rosada


A Casa Rosada é certamente o monumento argentino mais conhecidos mundo afora, tanto pela arquitetura como pela história. Era nos seus terraços que Eva Perón fazia seus discursos inflamados para multidões apaixonadas. Quem assistiu ao filme Evita protagonizado pela cantora pop Madonna entende bem o que queremos dizer. 



O Palácio Presidencial foi construído entre os anos de 1862 e 1885 no local onde existia o principal forte da cidade (conhecido como Forte Viejo). Há duas teorias sobre a cor das suas paredes. A primeira diz que ela se originou durante o mandado do Presidente Sarmiento (1868-1874), quando ele mandou misturar o branco dos unitaristas e o vermelho dos federalistas numa tentativa de estabelecer a união do país. A segunda teoria diz que o rosa foi devido ao costume do século XIX de misturar sangue bovino ao cal para impermeabilizar as paredes. Achamos a segunda teoria mais provável. E vocês?



passeios guiados gratuitos pelo seu interior aos sábados, domingos e feriados. As visitas são divididas em grupos, cada um com ingresso de uma cor diferente. É bastante concorrido, mas é imperdível.



Parte da visita é feita sem guia, mas o interessante é mesmo a área com acesso permitido somente em grupos. As duas salas mais impressionantes são o Gabinete da Presidência, sem dúvida uma das mais luxuosas que já vimos, e o salão das "mujeres arjentinas del bicentenário", utilizado pela Presidente nas entrevistas coletivas e mensagens em cadeia nacional. Infelizmente não é permitido fotografias em ambas.

Entrada gratuita
Horário de aberturasábados, domingos e feriados das 10h00-18h00.
Visitas guiadas a cada 10 min com duração de uma hora.
Importante: é necessário agendamento!



Museo del Bicentenário



O museu foi construído em comemoração ao bicentenário da independência argentina comemorado em 25 de maio de 2010. Fica localizado por trás da Casa Rosada, no local da antiga aduana. É fácil identificar as paredes de vidro da sua entrada (piso superior ao museu). 



Ele é uma verdadeira preciosidade para quem gosta de história e quer ter um resumão da conturbada história política do país. A graça do museu não é exatamente seus artefatos, mas a forma que eles dividiram cada período histórico em salas com vídeos, fotos e equipamentos áudio-visuais. 

Reserve ao menos duas horas se quiser ver todos os vídeos no local (é um pouco cansativo pra quem não for apaixonado por história). A boa notícia é que eles estão disponíveis no sítio do museu na internet, então pode curtir o restante dele sem pressa e deixar para ver os vídeos em casa. 



As salas áudio-visuais estão divididas nos seguintes períodos:
1810-1829 A Revolução
1829-1861 A anarquia. Rosas, o restaurador das leis. Unitaristas e Federalistas
1861-1890 Organização do Estado Nacional
1890-1916 A grande imigração e a Ordem Conservadora
1916-1930 Do sufrágio popular, o radicalismo e as lutas populares
1945-1955 O Peronismo
1955-1968 "A libertadora": a proscrição das maiorias
1968-1973 A resistência peronista. Organizações políticas e sociais
1976-1983 A ditadura militar: "o processo"
1983-1989 A recuperação democrática e seus limites
1989-2002 O neoliberalismo
2003-2010 A recuperação política, econômica e social. O Bicentenário.

Entrada gratuita.
Horário de aberturaquarta-feira a domingo das 10h00-18h00.



Se você vai viajar para Buenos Aires, confira algumas dicas básicas que preparamos.


Não sabe onde vai se hospedar? Tire suas dúvidas na publicação sobre os bairros mais importantes de Buenos Aires.

Acompanhe outras publicações da nossa viagem pelo Uruguai e Argentina.



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