Tem sido um desafio para a humanidade rever seus costumes e interromper a degradação do nosso planeta. Mas, apesar da dificuldade, alguns países saíram na frente e já incorporaram ao seu modo de vida iniciativas de preservação do meio ambiente, como por exemplo mudar o modo como nos locomovemos. Melhorar o transporte público, incentivar a carona coletiva, fazer rodízio de veículos são apenas algumas destas ações. Hoje vamos escrever sobre uma iniciativa que adoramos: estimular o uso da bicicleta, seja como meio de
transporte do dia a dia, seja para o lazer do final de semana.
Apesar de ainda modestamente, RECIFE também tem suas iniciativas de
incentivo ao uso da “magrela”. Além de algumas ciclovias permanentes, foram implantadas várias ciclovias temporárias que funcionam todos os domingos e feriados. A cidade
também conta com seu sistema de aluguel de bicicletas.
Nesta publicação vamos contar para vocês o que tem de melhor para conhecer nas ciclovias recifenses. Bora pedalar?
Antes de começar, recomendamos que você deixe a preguiça de lado e acorde cedo, mesmo sendo um domingo. As ciclovias temporárias de RECIFE abrem às 07h, um ótimo horário para começar a pedalar. Além do mais, você não vai querer pegar um monte de gente andando devagarinho na sua frente, não é? Nem tão pouco vai querer ser tostado no sol inclemente da capital pernambucana. Então bote o despertador pra tocar, passe o filtro solar e tome um café reforçado que nosso dia está só começando!
Roteiro 1 - Dona Lindu / Marco Zero (11 Km)
O primeiro roteiro inicia no Parque Dona Lindu. O polêmico parque fica localizado numa das mais bonitas avenidas recifenses: a Av. Boa Viagem. A polêmica em torno da obra do arquiteto Oscar Niemeyer começou na sua concepção, pois a cidade pedia um parque com área verde e construíram uma montanha de concreto, mas vamos deixar essa história para um outro momento. O fato é que, com verde ou sem verde, o Dona Lindu é uma das atrações da capital pernambucana que merecem ser vistas. Vale acrescentar que a Av. Boa Viagem possui uma ciclovia permanente que cobre todos os seus 8 Km de extensão.
Continuamos na Av. Boa Viagem em
direção ao centro do Recife e paramos na Pracinha de Boa
Viagem com sua tradicional feirinha
típica e a Capela de Nossa Senhora da Boa Viagem. É uma ótima ideia parar pra tomar um suco ou água de coco.
Ainda na avenida mais famosa do bairro de Boa Viagem, paramos no 2o. Jardim. Você verá que aos domingos e feriados ele se transforma numa
ótima área de lazer fechada à circulação de carros. Em relação aos nomes dos três jardins que você irá passar neste trecho da avenida, há uma curiosidade: o primeiro se chama terceiro e
vice-versa, entendeu?
Chegando ao final da Avenida Boa Viagem
(ou ao início, considerando a numeração da rua) você terá pedalado pouco mais de 6 Km.
Entramos agora na Avenida Antônio de Goes. Esqueça essa calmaria que encontramos às 07h do domingo, pois ela é muito movimentada durante a semana. Esta é uma das principais vias de saída da região sul de Recife e onde construíram recentemente vários edifícios empresariais. Vamos pedalar até seu final.
Entramos agora na Avenida Antônio de Goes. Esqueça essa calmaria que encontramos às 07h do domingo, pois ela é muito movimentada durante a semana. Esta é uma das principais vias de saída da região sul de Recife e onde construíram recentemente vários edifícios empresariais. Vamos pedalar até seu final.
Após cruzar a ponte e passar pelo Cabanga Iate Clube, chegamos ao Cais
José Estelita. Esta é uma das melhores vistas do passeio, apesar dos seus
velhos galpões estarem abandonados. Há um projeto de revitalização da área, mas
ele tem sido objeto de muita discussão, protestos e troca de acusações entre a Prefeitura e movimentos sociais.
É hora de tomar um pouco de fôlego para subir o Viaduto
das Cinco Pontas. Escondido numa das laterais do viaduto, encontramos o Forte das cinco pontas (quer saber mais sobre ele? Veja nossa publicação). Este é um dos principais marcos da colonização holandesa
na cidade. Estamos no Bairro de
São José, berço do carnaval pernambucano.
Sem perder o pique, siga a ciclovia em
direção à Ponte Giratória, um dos acessos ao Recife Antigo. Se você está olhando para a ponte e não entendeu de onde vem este nome (ela é toda de concreto), saiba que isto nos remete aos tempos que ela girava para permitir a
passagem dos barcos que transitavam entre o Rio Capibaribe
e o Porto do Recife. A vista da foz do rio é bem legal.
Chegamos ao destino final da primeira parte
do nosso passeio: O Marco Zero
do Recife. Foi aqui onde a cidade nasceu e é daqui que são medidas todas as distâncias para a capital pernambucana.
Uma infinidade de atrações te esperam, como o Cais do Sertão e o Paço do Frevo, além de vários bares e restaurantes.
Uma infinidade de atrações te esperam, como o Cais do Sertão e o Paço do Frevo, além de vários bares e restaurantes.
Depois de 11 Km de pedaladas, você está cansado? Ainda não? Então vamos para a segunda parte do nosso passeio.
Roteiro 2 - Marco Zero / Praça do Parnamirim (6,5 Km)
Começamos o segundo roteiro a partir do Marco Zero em direção à Av. Rio Branco. Estamos numa das avenidas que melhor representam a arquitetura neoclássica presente no Recife. Apesar da alguns edifícios em mau estado, ela ainda é muito bonita. O fato dela estar permanentemente fechada para o tráfego de veículos a torna ainda mais legal.
Logo à nossa
frente encontramos a Ponte Buarque de Macedo e em seguida a Praça
da República. Aqui estão o Teatro de Santa Isabel e o Palácio do Campo das Princesas, dois lugares imperdíveis para conhecer, além do Palácio de Justiça.
Sem perder o ritmo, atravesse a Ponte
Princesa Isabel em direção à Rua
da Aurora. Entramos à direita e passamos em frente a mais dois belos edifícios: a Assembléia
Legislativa de PE e o tradicional Ginásio Pernambucano.
Há uma dado pitoresco sobre a Assembléia. Observe que, tradicionalmente, em outras capitais mundo afora, as sedes dos três poderes ficam bem próximos ou até na mesma praça. Aqui eles ficam próximos, porém a Assembléia foi construída do outro lado do rio para que em caso de manifestações contra o Governo fosse mais fácil bloquear o acesso à sede do Executivo.
Seguindo a ciclovia entramos na Av. Mario Melo (fique atento, pois após o cruzamento com a Cruz Cabugá ela muda de nome para Rua dos Palmares). Você nem vai perceber, mas lá pras tantas estará passando ao lado de um grande muro: o Cemitério de Santo Amaro. Este é o maior cemitério público da cidade. Foi inaugurado em 1851. Apesar de ainda não ter sido descoberto pelo turismo, há muita gente famosa enterrada por lá, como o ex-governador Eduardo Campos, Joaquim Nabuco, Manuel Borba, José Mariano, entre outros. Qualquer dia desses a gente toma coragem e dá uma passadinha para conhecê-lo.
Seguindo a ciclovia entramos na Av. Mario Melo (fique atento, pois após o cruzamento com a Cruz Cabugá ela muda de nome para Rua dos Palmares). Você nem vai perceber, mas lá pras tantas estará passando ao lado de um grande muro: o Cemitério de Santo Amaro. Este é o maior cemitério público da cidade. Foi inaugurado em 1851. Apesar de ainda não ter sido descoberto pelo turismo, há muita gente famosa enterrada por lá, como o ex-governador Eduardo Campos, Joaquim Nabuco, Manuel Borba, José Mariano, entre outros. Qualquer dia desses a gente toma coragem e dá uma passadinha para conhecê-lo.
Siga o fluxo da ciclovia pela Rua Álvares de Azevedo e em seguida Rua Dr. Leopoldo Lins até chegar à Av. Agamenon Magalhães. A Agamenon é a mais importante via de acesso entre Olinda e Recife e por este motivo possui um tremendo fluxo de veículos. Vamos atravessá-la, andar
por um pequeno trecho da sua pista lateral e dobrar à esquerda na Rua Amélia. Você verá como ela é arborizada e agradável para passear.
O nome da rua foi uma homenagem à esposa de Eduardo Cândido de Oliveira, genro do Barão de Beberibe e antigo proprietário do sítio que teve parte doada para construção da rua. Ele era também proprietário e morador da casa onde hoje funciona o Museu do Estado, uma das preciosidades da avenida que vamos entrar a seguir. O objetivo da construção da Rua Amélia foi ligar a Avenida Rui Barbosa à Avenida Rosa e Silva.
Entramos à direita bem na esquina do museu e chegamos à última etapa deste roteiro: a Av. Rui Barbosa. No século XIX a alta sociedade usava o Rio Capibaribe como balneário e costumava construir aqui suas casas de veraneio para fugir do calor do centro do Recife. Por este motivo, as casas eram voltadas para o rio e não para a rua.
Há algumas preciosidades entre as casas restantes, como a Mansão Henry Gibson. Se você perguntar a qualquer pessoa por este nome, creio que ninguém vai saber te dizer onde é, pois ela é conhecida mesmo como a casa da Família Batista da Silva (antigos donos do Banco Banorte). A construção é do ano de 1847 em estilo neogótico. Eu gostaria muito de conhece-la por dentro e poder falar para vocês como ela é, mas eles não a abrem para visitação (quem sabe algum parente da família lê nossa publicação e nos permite conhece-la?).
Outro belo edifício é o da Academia Pernambucana de Letras. O prédio é de
autoria do francês Louis Léger, o mesmo arquiteto responsável pelo projeto do Teatro de Santa Isabel e do Mercado de São José. Infelizmente a reforma em andamento esconde parte da sua beleza.
Durante os finais de semana o trânsito na Rui Barbosa é bem diferente do
congestionamento pesado nos horários de entrada/saída dos tradicionais Colégio das Damas e Colégio São Luís.
Logo em frente ao Colégio das Damas você encontrará outra preciosidade: a antiga estação de
bonde Ponte D’Uchoa. Anos atrás ela foi parcialmente destruída por um motorista embriagado, mas a Justiça o obrigou exemplarmente a pagar pela restauração. Aqui também fica o restaurante Papacapim, nosso velho conhecido (veja a a publicação que fizemos sobre ele).
Outro ponto de referência importante é o
Parque da Jaqueira,
um verdadeiro oásis no meio da selva de pedra do Recife. O parque é visitado por crianças, famílias e esportistas em geral. É uma joia para quem o frequenta.
Chegamos enfim à Praça do Parnamirim, ponto final deste roteiro. Para quem não sabe, a palavra parnamirim significa "rio pequeno", homenagem ao riacho que corta o bairro.
Vamos agora para o terceiro roteiro de hoje.
Vamos agora para o terceiro roteiro de hoje.
Roteiro 3 - Praça do Parnamirim / Derby / Marco Zero (10,8 Km)
A terceira parte do nosso passeio começa na Praça do Parnamirim, mesmo local onde terminamos a
etapa anterior. Retornaremos ao Marco
Zero, mas por um caminho diferente. Vamos voltar pela Avenida Rui Barbosa e fazer um pequeno
desvio em frente ao Hospital Maria
Lucinda (cruzamento anterior ao Parque
da Jaqueira).
Seguiremos pela ciclovia até o Parque de Santana. Este parque é motivo de orgulho pela
resistência à especulação imobiliária, visto que foi instalado numa
região nobre da cidade. Transformou-se numa ótima ferramenta de lazer para a população
em geral.
Vamos voltar à Av.
Rui Barbosa pelo mesmo caminho que viemos. Aproveite para dar uma paradinha
para fotos em frente ao Parque da
Jaqueira, pois a vista do rio é deslumbrante.
Prosseguimos até o
cruzamento com a Rua Amélia e
deixamos um pouco a ciclovia. Não podemos deixar de mencionar o exemplo de preservação da Casa dos frios, pois todo esse casario colorido da Av. Rui Barbosa faz parte da loja matriz deles. Aproveitaram o espaço interno, mas mantiveram a originalidade das fachadas.
Bem do outro lado da rua ficam o Palácio Arquiepiscopal, sede do arcebispado de Olinda e Recife desde 1917, e a Igreja de São José dos Manguinhos. O palácio é do século XIX e a igreja foi construída originalmente em 1773. Ambos são muito bonitos e chamam a atenção de quem transita pela rua.
Paramos em seguida na Praça do entroncamento. Se você a achou bonita sem ornamentação, saiba que ela fica toda iluminada no Natal. Já se tornou até uma atração para os recifenses. O nome da praça deriva da época quando ela era interseção das linhas férreas do Arraial, da Várzea e de Dois Irmãos.
Bem do outro lado da rua ficam o Palácio Arquiepiscopal, sede do arcebispado de Olinda e Recife desde 1917, e a Igreja de São José dos Manguinhos. O palácio é do século XIX e a igreja foi construída originalmente em 1773. Ambos são muito bonitos e chamam a atenção de quem transita pela rua.
Paramos em seguida na Praça do entroncamento. Se você a achou bonita sem ornamentação, saiba que ela fica toda iluminada no Natal. Já se tornou até uma atração para os recifenses. O nome da praça deriva da época quando ela era interseção das linhas férreas do Arraial, da Várzea e de Dois Irmãos.
Vamos agora entrar na Rua das Creoulas em direção a outra
praça bem conhecida dos recifenses, a Praça
do Derby. Ela foi construída em 1925 e na década seguinte recebeu
alterações projetadas pelo paisagistas Burle
Marx. Como funciona como um importante terminal de ônibus, a praça é
bastante movimentada durante a semana. Infelizmente recomendamos um pouco mais de atenção com a segurança na região.
A origem do nome do bairro
do Derby vem de uma antiga pista de
corridas de cavalos pertencente à Sociedade
Hípica Derby Club. O bairro era muito aristocrático entre as décadas de 20 e 60 do século passado (ainda restam
alguns casarões da época em volta da praça). Atualmente o belo edifício em
estilo renascentista é ocupado pelo Quartel
da Polícia Militar de PE. Vale a parada para fotos.
Entramos à direita na esquina do
quartel e cruzamos o rio novamente. Vamos entrar na lateral do Clube Internacional do Recife. Ele é um dos mais tradicionais da cidade, pois foi fundado
em 1885. Ocupa o
antigo Solar do Benfica desde 1937 e é testemunha da vida social do Recife desde
então. A decoração atual faz parte da ornamentação para o Ball Masqué.
Vamos sair bem em frente
ao glorioso Sport Club do Recife.
Recomendamos que você reserve meio dia especialmente para conhecer a sua sala
de troféus e o campo de jogo do clube mais vitorioso do norte-nordeste. Lá
estão as taças da Copa do Brasil de 2008
e do Campeonato Brasileiro de 1987
(perdoem-me flamenguistas, mas este é nosso!).
Agora retornamos para a
ciclovia temporária em direção à Avenida
Agamenon Magalhães, desta vez no bairro da Ilha do Leite. É aqui onde está boa parte do pólo de saúde da
cidade, com vários hospitais, clínicas especializadas e consultórios médicos.
Há também vários escritórios advocatícios na região.
Seguimos pela ciclovia e
paramos na Praça Chora
Menino, agora no bairro do Paissandu. A origem do nome da praça vem de uma lenda popular: após a revolta militar de setembro de 1831, conhecida como “setembrizada”,
vários corpos de vítimas foram enterradas no local onde existia o Sítio do Mondego. Dizem que até os
dias de hoje ouve-se à noite um choro de menino nas imediações da praça.
Entramos na Rua Manuel Borba e seguimos até o seu
final onde está localizada a Praça Maciel Pinheiro e a Igreja
Matriz da Boa Vista. A construção da igreja foi concluída em 1889 e seu interior é tão belo que ainda é
considerada uma das igrejas mais bonitas de Recife.
Recomendamos muita atenção com a segurança no entorno. Infelizmente há consumidores de droga, moradores de rua e mendigos em volta da Praça Maciel Pinheiro. É uma pena.
Recomendamos muita atenção com a segurança no entorno. Infelizmente há consumidores de droga, moradores de rua e mendigos em volta da Praça Maciel Pinheiro. É uma pena.
Continuamos pela Rua da Imperatriz Tereza Cristina (ou
simplesmente Rua da Imperatriz) até a Ponte da Boa Vista,
mais conhecida como Ponte Metálica.
Esta é com certeza a ponte mais bonita de todo o Recife.
Voltamos agora para a Rua da Aurora. Observe o imponente Cinema São Luis no cruzamento
com a Av. Conde da Boa Vista. O São Luis é o cinema
mais tradicional de Recife e se mantém em funcionamento para a felicidade dos cinéfilos
nostálgicos. Durante a nossa infância e adolescência, ir ao São Luis para ver os filmes de maior bilheteria era um programão de final de semana. Isso bem antes das salas modernas dos shopping centers virarem moda.
Cruzamos a Conde da Boa Vista e chegamos ao trecho mais exuberante da Rua da Aurora onde vários edifícios foram restaurados, como o Sobrado da Boa Vista (o primeiro da esquerda para a direita). Eles oferecem uma das vistas mais fotogênicas do passeio.
Assim terminamos nosso passeio de hoje. Esperamos que tenham gostado.
Outras informações
Total do percurso: 27,8 Km.
Horário de
funcionamento da ciclovia: 07h-16h Domingos e
feriados
O sistema recifense de aluguel de bicicletas
funciona em três modalidades:
- Aluguel mensal: R$10,00
- Aluguel diário: R$5,00
- Utilização do cartão de transporte VEM: Gratuito
O aluguel das bicicletas pode ser de até 60 min contínuos de segunda a sábado, e de 120 min aos domingos e feriados. Os intervalos entre cada viagem devem ser de pelo menos 15 min, caso contrário paga-se tarifa extra de R$5,00 a cada 60 min.
As bicicletas são disponibilizadas em estações de
compartilhamento espalhados por toda a cidade e funcionam das 05h às 23h.
Você precisa de um cartão de crédito e de um celular para fazer a liberação das bicicletas.
Você precisa de um cartão de crédito e de um celular para fazer a liberação das bicicletas.
Para maiores detalhes, visite o sítio do Bike PE.
#Recife #BikePE #CicloviaRecife