Com uma história riquíssima e um povo cheio de orgulho das suas tradições, é sobre a região do Vale do Rio Urubamba, conhecida como Vale Sagrado dos Incas, que escrevemos, relatando quais foram as impressões que trouxemos da nossa viagem.
DICAS
Para uma viagem tranquila, recomendamos a leitura da publicação de dicas gerais que fizemos sobre Cuzco e o Vale Sagrado.
Escrevemos um pouco da sua história e cultura, onde ficar, quanto tempo ficar, quando ir, dinheiro, vistos, vacinas e saúde, compras, com ou sem guia de turismo, ingressos, transporte e segurança.
ATRAÇÕES
O roteiro que fizemos foi feito em três dias, divididos de acordo com a proximidade de cada lugar.
Ficamos hospedados em Cuzco, no ótimo Taypikala Hotel Cusco. A agência contratada que nos guiou pelo Vale Sagrado e Machu Picchu foi a Discover Peru Now. Para mais detalhes veja a publicação de dicas gerais.
Vamos ao roteiro!
Tipón
Nosso primeiro sítio arqueológico no Vale Sagrado fica localizado a cerca de 30 Km. de Cuzco: Tipon.
Foi construído por Wiracocha, oitavo imperador Inca, como fazenda Real, provavelmente para refugiar seu pai.
Dividido em níveis, possui impressionante sistema de irrigação com canalização d'água e várias quedas decorativas, que fazem acreditar ter sido também um engenhoso laboratório agrícola. Pesquisas revelaram que os níveis têm diferenças de temperatura, o que reforça a tese de que cada nível era utilizado para cultivos diferentes.
Pikillacta
Em Lima, já havíamos conhecido um pouco da Civilização Wari no Huaca Pucclana, mas lá não tivemos a noção exata dos conhecimentos de urbanização desta civilização pré-incaica.
Pikillacta foi construída por volta do ano 1.100. A cidade era cercada por uma muralha de proteção.
Foi aqui onde aprendemos o quanto os Incas respeitavam e absorviam os conhecimentos dos povos conquistados.
Dá pra observar que a alvenaria é mais rudimentar que a dos Incas.
San Pedro de Andahuaylillas
Conhecida como a "Capela Sistina das Américas", Andahuaylillas é uma jóia no meio do Vale Sagrado. Não subestime a sua beleza pela simplicidade de sua fachada, Andahuaylillas é um deslumbre e riquíssima de detalhes.
Já na entrada, observe o teto coberto de folhas de ouro e caminhe bem devagar para não perder os detalhes. O mural exibe os caminhos entre o céu e a terra, é do século XVII e de autoria de Luis de Riaño. A Escola de Cuzco também se faz presente com várias pinturas sobre a vida de São Pedro e uma da Imaculada Conceição, atribuída a Esteban Murillo. O Altar em estilo barroco é feito de cedro coberto de folhas de ouro.
Infelizmente não é permitido tirar fotografias no seu interior.
O Boleto Turistico não é válido para entrar em Andahuaylillas. Seu preço é de S/10.00 (US$3.58), baratinho, considerando o que você irá ver.
O almoço
Uma das principais manifestações culturais de um povo é sem sombra de dúvida sua gastronomia. Nós, como viajantes convictos, não deixamos passar uma oportunidade como essa de mergulhar na cultura peruana.
Por indicação da Isabel da agência Discover Peru Now, paramos na Chincharroneria Sabrosito para saborear alguns dos pratos mais típicos desta região do Peru. O restaurante fica localizado na Municipalidad de Saylla, bem no caminho de volta para Cuzco.
De entrada, experimentamos esse assado estranho aí da foto. É pele de porco assada na própria banha do animal com farinha de milho. Lembra torresmo, mas tem gosto é de baconzitos.
Depois experimentamos o Chayro. O caldo é feito de cereais e carne de porco e tem um gosto bem forte. Ah, decididamente não é light.
Para fechar, foi a vez do prato típico e especialidade da região de Saylla, os Chincharrones.
Pra comer como os locais, use as mãos ao invés de talheres para rasgar a carne de porco assada. Acompanham batata, milhos de tantos tipos que não dá nem pra descrever, e folhas de hortelã. Recomenda-se ter cuidado com as folhas cruas, pois você não sabe se foram lavadas adequadamente.
Olha a gente aí na foto com nossos companheiros de viagem ao fundo, a Isabel e o simpático motorista Juan à frente.
Não podia deixar de ter também Inka Cola pra acompanhar (essa bebida cor amarela-marca-texto com cara de tinta aí da foto).
Dia 2
Sacsayhuamán
Nosso segundo dia começou no principal sítio arqueológico de Cuzco, tanto por sua importância religiosa como militar. Vale ressaltar que ele não fazia parte do roteiro proposto pela agência, mas a Isabel foi bastante atenciosa e o incluiu no roteiro após nosso pedido.
Apesar de restar "apenas" 20% do tamanho original, Sacsayhuamán ainda é enorme. Os espanhóis usaram boa parte das pedras para construção de casas em Cuzco.
Foi palco de uma das maiores derrotas espanholas frente aos Incas em 1536, quando Manco Cápac II a recapturou e passou a utilizá-la como base para sitiar os conquistadores em Cuzco. Foi graças ao ataque de 50 desesperados cavaleiros comandados pelo irmão de Francisco Pizarro, Juan Pizarro, que os espanhóis não foram definitivamente derrotados. Manco Cápac II fugiu para Ollantaytambo deixando para trás milhares de mortos espalhados pelo local, o que atraiu bandos de condores. Este evento é lembrado pelos oito condores do brasão de Cuzco.
Pachacútec, o nono Inca, planejou Cuzco em formato de um puma, Sacsayhuamán era a cabeça e seus 22 muros em zigue-zague são os dentes. Estima-se que 5 mil guerreiros habitavam no local.
Veja a perfeição do encaixe dessas imensas pedras que a nossa "professora-guia" Nadia nos mostrou.
Devido aos efeitos da altitude não é aconselhável ir a pé. Há também risco de problemas de segurança no trajeto durante os horários de pouco movimento.
É aqui que acontece o espetáculo do Inti Raymi todo dia 24/6.
Pisac
Fizemos uma pequena parada a caminho de Pisac para conhecer um pouco mais da Cochahuasi, uma importante instituição sem fins lucrativos que busca a preservação dos animais andinos, com destaque para o Condor e o Puma.
Você já imaginou um Condor dar um voo rasante bem sobre sua cabeça e depois parar para você contemplá-lo? Vivemos isso e aprendemos que estão sob ameaça de extinção devido à destruição do seu habitat, envenenamento por pesticidas e caça ilegal. Formam casais fiéis um ao outro, o que acaba dificultando a sua preservação, pois não formam novo par após a morte do companheiro. É a maior ave voadora do mundo, podendo chegar até 3,20 metros de envergadura e viver de 80 a 90 anos.
Infelizmente a agência não nos levou para as ruínas de Pisac (um dos poucos pontos negativos deles), mas fomos ao conhecidíssimo Mercado de Artesanato.
Seus dias oficiais são terça-feira, quinta-feira e domingo, mas você pode visitá-lo nos outros dias se quiser se livrar das multidões. A feira toma conta de toda a Plaza de Armas e ruas adjacentes.
Diante de tantas cores, é difícil não levar nada, mas fique atento aos preços. Aqui vale pechinchar. Há também ótimos preços para artigos em prata e pedras preciosas. Cuidado para não comprar peças de origem oriental achando ser artesanato local.
Toritos de Pucará
Até para quem não é muito observador, é inevitável notar a presença dos toritos no telhado das casas da região.
Sua origem vem da cultura pucará e, segundo a tradição, os touros trazem a felicidade, conforto e proteção para os habitantes da casa. Representam a força e vigor provenientes dos touros. São acompanhados da Cruz de Cristo e vasilhas de barro, e sua principal função é trazer proteção às famílias.
Ollantaytambo
Se já não bastasse a graça da cidade de Ollanta, o seu sítio arqueológico é simplesmente estonteante.
A cidade empresta seu nome do General Inca Ollanta. Ele foi forçado a abandonar a cidade devido a ter se apaixonado pela filha do nono Imperador Inca Pachacútec. O romance teve final feliz após a morte do imperador.
Foi palco de uma das maiores derrotas da Espanha quando Manco Cápac II derrotou cerca de 70 cavaleiros apoiados por um grande número de soldados indígenas e espanhóis. Ele usou um engenhoso plano de inundação da planície para atolar os cavalos.
Na língua Quéchua, Ollanta significa "lugar de descanso". As cidades nomeadas de "pucara", a exemplo de Puca Pucara, eram os pontos aduaneiros do Império Inca.
Dia 3
Tida pelos Incas como "local onde nasce o arco-íris", Chinchero é uma típica aldeia andina. Para chegar ao seu sítio arqueológico, precisamos caminhar pela vila. O lado bom disso é aproveitar para conhecer um pouco da cultura local.
Suas ruínas estão misturadas à uma igreja colonial construída sobre as fundações Incas pelo Viceroy Toledo, ao final do século XVI. Não deixe de ver seu interior decorado com motivos religiosos e florais.
Diferentemente de Andahuaylillas, esta igreja ainda não recebeu recursos para seu restauro e manutenção. Percebemos parte do teto escorado e a arte em degradação.
Para quem ainda não está aclimatado à altitude, fica um alerta: Chinchero está localizada a 3.772 metros.
Há ainda uma típica feira aos domingos onde o escambo (conhecido por lá como trueco) ainda é praticado pelos índios na feira de produtos agrícolas.
Moray
Com uma aparência à primeira vista de um teatro grego, Moray causa espanto mesmo para quem já sabe o que vai encontrar.
Como foram encontrados traços de mais de 250 cereais e vegetais, e era dotado de um complexo sistema de irrigação, acredita-se que Moray tenha sido um engenhoso laboratório agrícola Inca.
Seu formato de pera remete à lembrança de um útero, símbolo de fertilidade para eles.
Salinas de Maras
Confessamos que a estrada até as salinas dá um pouco de medo. É estreita e fica à beira de um desfiladeiro, mas isto não é problema para quem está acostumado a transitar por ela.
As salinas datam da época pré-colombiana. São formadas pela canalização da água salgada para 3.000 tanques onde permanecem até a evaporação. Várias famílias tiram seu sustento do sal, alguns tipos com reconhecidos efeitos medicinais.
Outra atração da região é a quantidade enorme de tipos de milho e outros cereais que encontramos. Experimentamos vários, obviamente.
Não deixe de ler nossas dicas para quem vai para Cuzco e o Vale Sagrado.
Acompanhe as publicações da nossa viagem pelo Chile, Colômbia e Peru na página resumo.
Suas ruínas estão misturadas à uma igreja colonial construída sobre as fundações Incas pelo Viceroy Toledo, ao final do século XVI. Não deixe de ver seu interior decorado com motivos religiosos e florais.
Diferentemente de Andahuaylillas, esta igreja ainda não recebeu recursos para seu restauro e manutenção. Percebemos parte do teto escorado e a arte em degradação.
Para quem ainda não está aclimatado à altitude, fica um alerta: Chinchero está localizada a 3.772 metros.
Há ainda uma típica feira aos domingos onde o escambo (conhecido por lá como trueco) ainda é praticado pelos índios na feira de produtos agrícolas.
Moray
Com uma aparência à primeira vista de um teatro grego, Moray causa espanto mesmo para quem já sabe o que vai encontrar.
Como foram encontrados traços de mais de 250 cereais e vegetais, e era dotado de um complexo sistema de irrigação, acredita-se que Moray tenha sido um engenhoso laboratório agrícola Inca.
Seu formato de pera remete à lembrança de um útero, símbolo de fertilidade para eles.
Salinas de Maras
Confessamos que a estrada até as salinas dá um pouco de medo. É estreita e fica à beira de um desfiladeiro, mas isto não é problema para quem está acostumado a transitar por ela.
As salinas datam da época pré-colombiana. São formadas pela canalização da água salgada para 3.000 tanques onde permanecem até a evaporação. Várias famílias tiram seu sustento do sal, alguns tipos com reconhecidos efeitos medicinais.
Outra atração da região é a quantidade enorme de tipos de milho e outros cereais que encontramos. Experimentamos vários, obviamente.
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