E para terminar, escrevemos sobre uma região que é bem clássica para quem vai para Santiago, capital do Chile: Isla Negra, Valparaíso e Viña del Mar.
Ainda não reservou seu hotel em Santiago? Temos 10 dicas de hotéis pra você.
Booking.com
ROTEIRO
Nosso roteiro parte da Estação Central de Santiago, capital do Chile, e segue rumo ao Vale de Casablanca (veja a publicação que fizemos sobre as suas vinícolas). A região é belíssima, cheia de parreirais e um visual esplêndido.
Do Vale de Casablanca, partimos em direção à mais bem preservada casa do poeta chileno Pablo Neruda, Isla Negra, para depois chegarmos às cidades-irmãs Valparaíso, ou Valpo para os íntimos, e Viña del Mar.
Como pretendíamos fazer um "bate-e-volta" de apenas um dia, optamos por ir de carro alugado, mas há boa disponibilidade de ônibus partindo de Santiago. Para quem vai de carro, há cobrança de pedágio no valor de CLP2.500 (US$4.61) até Casablanca e mais CLP1.150 (US$2.12) de Isla Negra até Valparaíso.
Isla Negra
Após sua volta da Europa para o Chile, Pablo Neruda buscava um lugar para se dedicar ao Canto General, seu livro sobre a história e a natureza americanas. Em Isla Negra ele encontrou o ambiente que procurava. O nome da praia se deve aos rochedos escuros e à sua posição isolada.
A casa foi vendida a ele em 1938 e a partir de 1943 só fez crescer, cada vez mais se assemelhando a um barco. Neruda era um apaixonado pelo mar, como se pode ver em todos os ambientes. A casa permanece tal qual Neruda a deixou, com mais de 3.500 objetos trazidos de toda parte do mundo.
Neruda faleceu 4 dias após o golpe militar de 1973, mas seus restos mortais só foram levados para Isla Negra em 1992, onde repousa ao lado de sua terceira esposa, Matilde Urrutia, tal qual ele expressou sua vontade no poema Disposiciones do livro Canto General.
A entrada custa CLP8.000 (US$14.76), mesmo preço de La Chascona, mas muito mais interessante.
É proibido tirar fotografias do interior da casa.
Valparaiso
Não é por acaso que Valpo é Patrimônio da Unesco desde 2003. Entretanto, a maioria das pessoas que a visitam não desfrutam do prazer de caminhar pela parte alta da cidade, onde ela mostra toda a sua graça. São duas cidades numa só: a parte baixa conhecida como El Plan e o alto dos seus 42 cerros.
A cidade cresceu em torno do seu porto, pois ele era o primeiro de porte para os navios que contornavam o Cabo Horn. Passou por dificuldades no início do século 20 após o terremoto de 1906 que destruiu boa parte dos seus prédios, e a abertura do Canal do Panamá que mudou para longe a rota do transporte marítimo.
Tivemos a oportunidade de ir até Valpo em 2002 através de uma agência de turismo e nos mostraram apenas a Plaza Sottomayor. Uma pena.
Por falar na Plaza Sottomayor, ela é um ótimo lugar para começar seu passeio. A principal praça da cidade foi construída em homenagem à tripulação do navio Emeralda, afundado na batalha de Iquique em 1879 durante a Guerra do Pacífico. A cripta guarda os restos mortais do comandante Arturo Prat morto em combate.
A praça conta ainda com o prédio da Comandancia Jefe de la Armada, construído em 1910 com uma bela fachada neogótica. Foi inspirado no Hôtel de Villes de Paris e funciona atualmente como residência de verão do Presidente e sede dos Governos estadual e municipal.
Como a graça da cidade está mesmo nos seus cerros, optamos por subir no ascensor (funicular) que fica bem próximo à Plaza Sottomayor: o El Peral (CLP200 / US$0.37).
Ele dá acesso ao Cerro Alegre e ao seu Paseo Yuguslavo.
A melhor forma de conhecer a parte alta da cidade é mesmo caminhando, afinal não é nada fácil dirigir entre as suas ruelas e becos estreitos. É até divertido perder-se entre uma rua e outra, comprar lembranças de viagens nas suas lojinhas e fotografar cada nova vista descoberta.
Você irá encontrar a maior concentração de hotéis e restaurantes entre o Cerro Alegre e o Cerro Conceptión. Nós almoçamos no La Colombina. Comida boa e a vista melhor ainda. Só não foi barato.
Dentre os 15 funiculares ainda em funcionamento, escolhemos descer pelo mais antigo deles: o Conceptión (CLP600 / US$1.11). O funicular fica no Paseo Gervasoni, que, além de pitoresco, oferece uma bela vista da parte baixa e da visinha Viña del mar.
Uma ótima forma para você se localizar na cidade é o mapa turístico oferecido pela Red de Turismo de Valparaiso. Pode baixar no sítio.
O Metro Regional de Valparaíso oferece uma boa opção de transporte de Valpo até Viña del mar. Os trens partem da Estación Puerto e da Estación Bellavista.
Dica de segurança: como na maioria das cidades do mundo, a região do Porto requer um pouco mais de cuidado, principalmente à noite.
Viña del Mar
O nome da cidade já diz a sua origem: uma fazenda de vinhedos perto do mar. Foi fundada em 1874, mas só foi ocupada em 1906 após o terremoto que devastou Valpo e fez com que a sua elite se mudasse para lá.
Sua topologia plana difere completamente de sua vizinha e permitiu que ela fosse ocupada por palácios e jardins, ficando conhecida como a ciudad de jardín. A má notícia pra quem é chegado a uma praia é a temperatura do mar: gelaaaaado!
Um dos belos exemplos da arquitetura da cidade é o Castillo Wulff. Construído em 1905 por encomenda de um industrial alemão, foi inspirado nos castelos medievais.
Vale ressaltar que Viña não é só praia. Prova disso é o Museo de Arqueologia e Historia Francisco Fonck. Além de objetos pré-colonização, o museu apresenta uma boa coleção de artefatos trazidos da Ilha de Páscoa, com destaque para um dos únicos moais que podem ser vistos fora da ilha.
Um dos melhores exemplos da beleza dos jardins da cidade é o Parque Quinta Vergara.
O parque abriga ainda o Palacio Vergara, onde fica hoje o Museo Municipal de Bellas Artes. Ele foi construído em estilo neogótico veneziano no início do século XX para a família de José Francisco Vergara. Foi vendido para o município quando eles passaram por dificuldades. Atualmente possui uma bela coleção de arte, além de interessante interior, com destaque para o salon dorado. O Anfiteatro é palco do Festival Internacional de la canción de Viña del Mar.
Como já era noite, nossa despedida tinha de ser no local mais fotografado das duas cidades: o Reloj de Flores.
Se você tiver dificuldades para encontrar um lugar para parar o carro, pode deixá-lo no estacionamento do Hotel Sheraton, quase em frente ao relógio.
Acompanhe outras publicações da nossa viagem pelo Chile, Colômbia e Peru.
#Chile #Islanegra #Valpo #Valparaiso #Viñadelmar