sexta-feira, 11 de julho de 2014

Machu Picchu, Peru - Dicas gerais

Se você é daquelas pessoas que incorporam a emoção dos lugares que visita, Machu Picchu desperta um sentimento que não tem como descrever em palavras.



Hoje começamos a contar nossa passagem por está joia peruana com algumas dicas importantes para quem quer visitá-la.

Não deixe de ler e nos conte depois da sua viagem o quanto te ajudamos.





Um pouco de história e cultura

Um dos mais bem preservados e talvez o mais conhecido patrimônio arqueológico das Américas permaneceu escondido até início do século XX, mais exatamente 1911, quando o historiador norte-americano Hiram Bingham o descobriu com a ajuda de locais. Na realidade ele procurava por Vilcabamba, o último dos refúgios Incas, e acabou achando Machu PicchuSeu nome quer dizer "morro jovem", enquanto que seu vizinho Huayna Picchu significa "morro velho".

Há várias teorias a respeito do lugar, nenhuma delas conclusivas. Alguns dizem que ela foi construída no final do império Inca como forma de preservar a sua cultura, outros dizem que era um retiro do imperador Pachacútec entre tantas outras teorias. O que se sabe é que o locar era especial, tamanha é a qualidade das suas construções.

Acredita-se também que foi construída no século XV e era um centro administrativo, político e religioso. Há várias trilhas que levam até Cuzco, a Capital do Império Inca. 

Localizada a cerca de 2.350 metros em um desfiladeiro acima do Rio Urubamba, o rio sagrado para os Incas, estima-se que abrigava cerca de 500 moradores. 

É uma verdadeira joia arquitetônica, com canalização d'água, terraços agrícolas e sistema de drenagem que a preservaram das chuvas e tornaram possível que fosse habitada. 

Para nossa sorte, os colonizadores espanhóis nunca a acharam.



Onde ficar

Não há muitas opções de escolha para quem deseja dormir em Machu Picchu. Ou você fica no único hotel que há na montanha de Machu Picchu propriamente dita, o Sanctuary Lodge Machu Picchu com diárias de mais de US$1,000.00, ou fica em Aguas Calientes

A grande vantagem de ficar na parte alta é estar completamente inserido no ambiente da cidadela Inca, mas, além de caro, deixa você bastante restrito em relação às refeições. Outra vantagem de acordar já na cidadela Inca é poder ver o nascer-do-sol sem precisar acordar tão cedo, e ter tempo de permanência mais amplo.

Além de algumas termas frequentadas praticamente só por locais, não há atrativos em Aguas Calientes. O vilarejo fica no meio de um vale ao pé da montanha e vive só do fluxo de turistas que sobem e descem dela. 

Como queríamos visitar Machu Picchu em dois dias, necessitávamos dormir em Aguas Calientes. 

Ficamos hospedados no Waman Hotel e nossa reserva foi feita através do nosso parceiro BookingQuando escrevemos este post ele tinha nota 8,0 e a avaliação da nossa estada foi de 7,9. 

O Hotel fica numa transversal entre a Av. Pachacutéc (onde fica a maior parte dos restaurantes) e a Av. Hermanos Ayar (na beira do Rio Aguas Calientes), próximo à estação de trem e à saída do ônibus para Machu Picchu.



Nosso destaque positivo para o Hotel foi a atenção da equipe desde o check-in até o check-out, inclusive com saída depois do horário sem custo extra. O hotel também é bem novinho, com uma agradável e ampla área para o café-da-manhã. O quarto é pequeno, mas a cama é confortável. Só o banheiro pesa um pouco negativamente devido ao seu tamanho (só cabe uma pessoa por vez).

É importante dizer que convém não esperar preços baratos nas opções de hospedagem de Aguas Calientes.

Se você ouviu falar de Machu Picchu Pueblo e não de Aguas Calientes, não ache estranho. Elas são o mesmo lugar.


Quanto tempo ficar

Primeiramente recomendamos que não faça um "bate-e-volta" de um dia. Reserve pelo menos 2 dias para Machu Picchu. As razões são as seguintes:

1. Entre as 10h30 e às 14h00 quando os visitantes de um dia estão na cidade Inca, ela fica verdadeiramente invadida e você não conseguirá caminhar nem tão pouco fotografar e curtir o local com tranquilidade;

2. Um dos momentos mais emocionantes da visita é o nascer do sol (entre às 06h45 e 07h15), horário muito anterior à chegada do primeiro trem;

3. A visita completa é muito corrida para fazer em um só dia, pois há outros sítios arqueológicos que não ficam na cidade Inca e levam tempo para acessá-los;

4. Vá com guia e não perca as explicações para tirar fotos. Deixe isso para o segundo dia;

Se Cuzco e o Vale Sagrado fazem parte da sua viagem, deixe Machu Picchu para o final, assim você entenderá melhor a história do lugar e a dimensão do que ela significou para o Império Inca.


Quando ir

Veja o post que fizemos sobre Cuzco e o Vale Sagrado e terá as dicas que precisa sobre quando ir para Machu Picchu.


Dinheiro

Lá no post de Cuzco e o Vale Sagrado há também dicas sobre dinheiro que servem perfeitamente para Machu Picchu.


Recomendamos que evite trocar dinheiro em Aguas Calientes ou Machu Picchu, pois as cotações são bem piores que as de Cuzco. Leve previamente os nuevos soles que vai precisar.



Obs.: Alertamos que todas as cotações aqui informadas são pertinentes a março/2014, portanto é importante que o leitor verifique novamente na data de sua viagem.


Vistos, vacinas e saúde

Veja o post que fizemos sobre Cuzco e o Vale Sagrado e terá as dicas sobre saúde que precisa para viajar para Machu Picchu.


Compras

Há algumas opções de compra de artesanato em Aguas Calientes, com destaque para a saída da estação de trem e a Av. Pachacutéc

Entretanto, dificilmente você encontrará algo diferente do que viu em Cuzco e os preços são mais caros. Mas, em se tratando de comprar, tudo depende da oportunidade. Nós encontramos na saída da estação de trem um prato com uma pintura Inca esplêndida. Negociamos o preço e compramos. Lembre-se que no Peru a negociação do preço que você vai pagar pelas compras vale uma boa economia.



Com ou sem guia de turismo


Veja o post que fizemos sobre Cuzco e o Vale Sagrado e terá um monte de dicas úteis sobre guia de turismo que englobam também Machu Picchu.


Ingressos

Devido às normas de preservação do sítio arqueológico, o Governo Peruano permite apenas 2.500 visitantes por dia a Machu Picchu, e 400 visitantes por dia à desafiadora Huayna Picchu (em dois grupo de 200 - entrada das 07h00-08h00 e das 10h00-11h00).

Se você pretende viajar fora dos meses de junho a agosto, dificilmente terá problemas se deixar para comprar o ingresso em Cuzco, mas se pretende ir nestes meses recomendamos que garanta os ingressos antecipadamente sob risco de não ter ingressos no dia que desejar. 

Nós não conseguimos comprar as entradas no sítio do Governo Peruano dedicado a Machu Picchu, mas fizemos a compra sem problemas em Cuzco no Instituto Nacional de Cultura Cusco, na Avenida de La Cultura, 220. 



Quando escrevemos este post, o custo do ingresso era de S/126.00 (US$46.00) por adulto apenas para Machu Picchu, e de S/150.00 (US$54.75) incluindo Huayna Picchu
Há cobrança de um adicional de S/3.40 (US$1.22) para pagamento em cartão de crédito.

As trilhas incas devem ser reservadas com pelo menos 3 meses de antecedência. Não hesite, pois há limitação da quantidade de visitantes por vez nas trilhas e a procura é muito grande.


Transporte


Só há duas formas de chegar a Machu Picchu: de trem ou pelas trilhas Incas. A primeira vai de Cuzco até Aguas Calientes (com parada em Ollantaytambo). As trilhas levam diretamente à cidadela Inca.

As passagens de trem podem (e devem) ser compradas antecipadamente no sítio da Peru Rail ou da Inca RailDevido à maior disponibilidade de informações sobre a Peru Rail, nós optamos por ela.

A estação de Cuzco fica a 30 Km. do centro (meia hora), mais especificamente em Poroy.

Há três opções de vagão:

1. Expedition: é a mais econômica das três e mais usada pelos mochileiros;

2. Vistadome: diferencia-se da primeira por ter um pouco mais de conforto e principalmente pelos vagões panorâmicos. Nós optamos por ele e ficamos muito felizes com nossa escolha;



3. Hiram Bingham: é a opção top no luxo e obviamente no preço (absurdamente alto!).

Na data que este post foi escrito, o bilhete ida e volta custava por volta de US$148.00, US$176.00 e US$795.00 respectivamente (os valores dependem do horário da passagem). Veja o sítio da empresa e consulte os preços atualizados para o dia que for viajar. É exigido que seu cartão seja Verified by Visa para que a compra seja efetivada.

Uma opção mais econômica é pegar um ônibus ou táxi até Ollantaytambo (cerca de 80 Km. de Cuzco) e de lá pegar o trem para Machu Picchu.

Para quem carrega muita bagagem, recomendamos que deixe a maior parte no maleiro do seu hotel de Cuzco e só leve o necessário, pois só permitem até 5 Kg. (11 lb) por passageiro. É necessário também se apresentar na estação com pelo menos 30 min. de antecedência. 

Em Aguas Calientes não há transporte senão aquele que Deus nos deu: nossos pés! A vila não tem espaço para transporte motorizado e não é preparada para pessoas com dificuldade de locomoção. Escadas e rampas fazem parte do trajeto para qualquer lugar que você vá.

Já para subir a montanha que leva à cidadela de Machu Picchu você pode optar por ir a pé ou de ônibus, mas precisa de coragem para ir a pé (8 km. em 1,5 h.), pois a subida é bastante cruel. 

Em relação ao ônibus, seu ingresso pode ser comprado na hora e local da saída (no ponto de encontro do Rio Aguas Calientes com o Rio Urubamba). Só não deixe para adquiri-lo em cima da hora se você vai ver o nascer-do-sol. Recomendamos que compre no dia anterior para evitar filas. 

O horário de subida vai das 05h30 às 14h30, e a volta ocorre até às 17h30. O percurso de ônibus dura cerca de meia hora e seu custo (ida e volta) é de US$19.00 (em S/ varia de acordo com a cotação do dia).


Segurança


Não há com o que se preocupar em relação à segurança em Aguas Calientes ou Machu Picchu. Não ouvimos quaisquer relatos de problemas desta natureza. Além do cuidado do povo peruano com seus turistas, creio que o principal motivo seja que seu isolamento não permita rotas de fuga para ninguém que cometa algum tipo de crime.

A ressalva é em relação à quantidade de vendedores forçando a barra para você comprar alguma recordação ou entrar em algum restaurante, mas nada que ameace a integridade de alguém.


Acompanhe as publicações da nossa viagem pelo ChileColômbia e Peru na página resumo.

Para viajar para o Peru, tivemos como companheiros fiéis o Guia Lonely Planet Peru, o Eyewitness Travel Peru e a Revista Viagem e Turismo.



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