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domingo, 9 de fevereiro de 2020

Museu do Amanhã, Rio de Janeiro

Bastou sabermos da construção do MUSEU DO AMANHàna zona portuária do Rio de Janeiro para ele entrar na nossa lista de desejos. Este é o único projeto do arquiteto valenciano Santiago Calatrava aqui no Brasil e apenas a sua segunda obra na América Latina (a Puente de la Mujer em Buenos Aires também é de sua autoria). Nós nos interessamos por seu trabalho principalmente depois que visitamos Valência.


Além de obra-prima da arquitetura moderna, o MUSEU DO AMANHànos faz refletir sobre nosso papel aqui na Terra. Não é em vão que seus principais valores são a convivência e a sustentabilidade. Dá pra dizer que a gente sai de lá pensando na vida um pouquinho diferente. 

Bora conhecê-lo?


Engana-se quem acha que vai encontrar um lugar cheio de objetos da época da sua bisavó ou obras de arte de algum artista que você nunca ouviu falar. A gente até gosta disso também, mas o propósito do MUSEU DO AMANHàé nos lembrar que o futuro do planeta Terra depende diretamente das escolhas que fazemos hoje. Os personagens principais de toda a visita são a espécie humana e o Planeta Terra.

Antes de entrar no museu, vamos falar um pouco da sua área externa. O prédio foi construído de frente para a Praça Mauábem na área revitalizada da zona portuária.



Durante muito tempo, a praça ficou praticamente escondida pelo viaduto da perimetral. Coisa de uma época em que as cidades brasileiras enfeiaram bastante sob o pretexto da modernização viária.

MUSEU DO AMANHàé um grande exemplo de utilização de recursos naturais, como aproveitamento da água da Baía da Guanabara, cultivo de espécies da Mata Atlântica e consumo de energia solar. Seu formato foi inspirado nas bromélias do Jardim Botânico do Rio, uma belezura só!



Ele faz parte de um novo grupo de museus que tem surgido mundo afora, conhecidos como de terceira geração, e tem o objetivo de nos fazer refletir sobre as possibilidades em torno do futuro da humanidade. Esse é um papel que MUSEU DO AMANHàcumpre muito bem.

Bora entrar?

Você receberá um cartão assim que entrar no museu. Guarde-o com cuidado, pois ele será a sua identificação nos painéis interativos e na Íris+, a assistente cognitiva baseada em inteligência artificial que nos acompanha durante todo o percurso. À medida que percorremos o museu e interagimos com os painéis, nosso perfil vai sendo montado de acordo com nosso conhecimento e hábitos de vida. É bem legal!

Ainda na área de entrada, um globo luminoso nos chama a atenção. Ele representa o planeta Terra e o permanente movimento gerado por suas forças interiores, como correntes marítimas, ventos etc. Belíssimo!



O térreo é ocupado por exposições temporárias, lanchonete e lojinha. 



Vamos nos ater à exposição principal no primeiro andar. Ela é dividida em cinco partes:

COSMOS: Como chegamos até aqui?

A visita começa com a exibição do filme Portal CósmicoEle nos mostra a evolução do universo a partir da formação da Terra até os dias de hoje. A experiência sensorial tem como objetivo nos mostrar que somos feitos da mesma matéria que o resto do cosmos.



DICA: quando você entrar no domo, pegue seu lugarzinho deitado nas almofadas. Além de mais confortável, a vista é muito melhor de baixo pra cima, pois o filme é exibido em 360 graus.


TERRA: quem somos?

A segunda etapa da exposição nos mostra que somos formados por três dimensões: matéria, vida e pensamento. Cada uma é representada por três cubos gigantes cheios de imagens do nosso planeta.




A primeira dimensão, a Matéria, mostra o planeta como um astro único e seus movimentos de diferentes intensidades: as placas tectônicas, as correntes marítimas, os ventos e a luz do sol. Os quatro movimentos associados resultam nas diferentes estações do ano.

O cubo da Vida nos explica o código básico que define a formação de todos os seres vivos, o DNA, e a variedade imensa de organismos e ecossistemas. Há um destaque especial para a diversidade de alguns dos mais importantes habitats de espécies do Brasil, como a mata atlântica e a baía da Guanabara.


Por fim, a dimensão do Pensamento nos lembra que todos os seres humanos se originam do mesmo elemento, o sistema nervoso, para daí se diversificarem em tantas culturas, valores, religiões etc. Ou seja, é a ciência nos provando que viemos da mesma matéria, independentemente de nacionalidade, credo, cor ou
 raça.

O interior do cubo do pensamento é um dos mais ricos da visita. As imagens são divididas nas temáticas "como habitamos", "como celebramos", "como pertencemos" e "como disputamos". 



É uma bela amostra dos diferentes povos que habitam nosso planeta. Essa foi a parte da visita que demoramos mais, tamanha é a diversidade de informação. Assuntos cotidianos, como casamento, filhos, festas e até guerras são mostrados de forma que desperta cada vez mais a curiosidade do visitante. Dá vontade de ver tudo minuciosamente.




ANTROPOCENO: onde estamos hoje?

Chegamos à parte central da exposição principal. O termo "antropoceno" foi criado por Paul Crutzen, Prêmio Nobel de Química em 1995, para dizer que estamos na "era dos humanos". Nunca uma mesma espécie provocou mudanças tão grandes 
na Terra em tão pouco tempo, causando efeitos geológicos irreversíveis.


Os seis imensos painéis demonstram o tamanho do impacto que nossa espécie tem causado ao planeta, principalmente a partir da segunda metade do século XX. Não deixe de percorrer os corredores por baixo dos painéis, pois são ricos de informação sobre como a humanidade evoluiu de 5 milhões de espécimes há 12 mil anos até atingir mais de 7,5 bilhões de indivíduos atualmente.

AMANHÃS: Para onde vamos?

Nesta etapa conhecemos os diversos amanhãs possíveis moldados de acordo com seis tendências:

1. Mudanças do clima;
2. Aumento vertiginoso da população mundial;
3. Integração e diferenciação dos povos, religiões e pessoas;
4. Alteração dos biomas;
5. Aumento do número, capacidade e a variedade do que produzimos;
6. Expansão do conhecimento.



O destaque desta parte são os jogos, como o das Civilizações. A brincadeira consiste em controlar certos parâmetros, como consumo de recursos, população e desigualdade social, e ter como resultado a continuidade ou extinção da civilização.

Outro jogo interessante, o Humano, traça o perfil do visitante de acordo com seus hábitos e costumes. Descubra qual é a sua "pegada ecológica" e depois conta pra gente.


NÓS: Como queremos ir?


Finalizamos a exposição na representação de uma oca, a moradia e local utilizado por tribos de índios do Brasil para disseminação do conhecimento e de sua cultura. O objetivo aqui é nos conscientizar que as decisões que tomamos hoje definirão o futuro do planeta, por mais singelas que pareçam.




Bem no centro da oca, nos chama a atenção o churinga. O objeto de origem entre os índios australianos representa a conexão entre passado, presente e futuro. Nada poderia ser mais adequado para terminar o passeio.



 

INFORMAÇÕES IMPORTANTES


Endereço
Praça Mauá, 1, Centro, Rio de Janeiro-RJ.

Como chegar: Se você estiver no Rio, a melhor forma de chegar ao museu é de metrô. Desça nas estações Carioca (pra quem vem da zona norte) ou Cinelândia (pra quem vem da zona sul), pegue o VLT no sentido rodoviária, e por fim desembarque na estação Parada dos Museus. Se você estiver na estação Uruguaiana, ande uma quadra até a estação Candelária e pegue o VLT.
Para quem vem de Niterói, a melhor opção é pegar a barca até a Praça XV e depois um ônibus até a Praça Mauá (há várias linhas).
Se estiver de carro, há um estacionamento no prédio em frente ao museu, mas é bem carinho.

HorárioTerça-feira à domingo, das 10 às 18hs (última entrada às 17hs);

PreçoR$20,00 com meia entrada para os casos previstos em lei e funcionários das empresas patrocinadoras. Você pode comprar ingresso combo com o MAR (Museu de Arte do Rio) por R$32,00 (com meia entrada).
Não deixe de comprar seu ingresso on-line, pois o o número de visitantes é limitado.

Línguas: A maior parte do acervo do museu está disponível em Português, Inglês, Espanhol e Libras.

Sítiomuseudoamanha.org.br


Onde ficar: Uma boa dica de estadia para quem quer conhecer o centro do Rio de Janeiro é a vizinha NiteróiNós nos hospedamos recentemente no Solar do Amanhecer e ficamos muito satisfeitos com seu custo benefício. Ele fica bem pertinho da barca que faz a travessia da Baía da Guanabara, ou seja, nos livra dos imensos engarrafamentos e não gastamos os "olhos da cara" com hospedagem e transporte. A estrutura do hotel também foi bem satisfatória e o atendimento impecável.



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