sábado, 29 de junho de 2013

São João em Mucugê-BA


Viajamos neste São João para passar um feriado com cara de festa de interior. Imagine uma cidadezinha do interior da Bahia toda enfeitada de bandeirinhas, comida de milho, pastoril e o legítimo forró pé-de-serra nordestino. Isso sem falar num povo muito hospitaleiro e festeiro.

Fomos para Mucugê, na Chapada Diamantina, Bahia, onde pudemos relembrar alguns momentos da viagem que fizemos para lá em 2009 e curtir a presença da família e amigos.


Um pouco de história

Fundada no final do séc. XVIII, a cidade é uma das mais antigas da Chapada Diamantina. Foi um importante centro comercial no séc. XIX, durante o auge da mineração de ouro e diamantes. Até hoje preserva o marcante estilo português da época colonial

Sua importância declinou junto com a atividade mineradora da região, mas a partir do aumento da importância econômica do turismo na década de 90, voltou a ter papel importante como o segundo polo econômico da região, perdendo apenas para Lençóis.

Além da sua importância turística, abriga o Projeto Sempre Viva no seu Parque Municipal, onde são desenvolvidas várias atividades de pesquisa da sua flora.

Um fato curioso é que não há escassez de água na região, tanto pelo Rio Paraguaçu quanto pelo seu regime pluviométrico, o que faz da região um importante polo agrícola para o Estado da Bahia.


Chegando de carro

Uma importante dica para quem parte de Salvador é seguir em direção à Feira de Santana pela BR-324. Gastamos R$8,80 de pedágio no trajeto em 22/6.

A partir de Feira de Santana, o percurso indicado pelas placas é seguir pela BR-116, mas não siga por este trajeto, caso contrário ficará preso atrás dos inúmeros caminhões que trafegam na via. Siga pela BA-052 em direção a Ipirá e depois pela BA-488 em direção à Itaberaba. A estrada e o fluxo de veículos são bastante tranquilos.

Após Itaberaba, você seguirá normalmente pela BR-242 até a Chapada Diamantina.

Voltando para Salvadorvocê encontrará a indicação da estrada para "C.I.A." (Complexo Industrial) logo após a Polícia Rodoviária, cerca de 30 Km. antes da Capital Baiana. Este caminho te poupará do incômodo engarrafamento da entrada da cidade.


Principais atrações

Considerada como segunda principal cidade do Parque da Chapada Diamantina, destaco como principais atrações:

1. Seu centrinho com cara de séc. XVIII e incrivelmente preservado;



Uma boa dica de compras é visitar a loja do "Trilhas e caminhos". Lá encontramos azulejos, café orgânico, ímã de geladeira, mapa da chapada com os melhores pontos de visitação e uma premiada cachaça "Serra das Almas".

Vale lembrar que você está numa pequena cidade de interior que nem sempre tem estrutura para grandes fluxos de turistas. Na ocasião fomos no Cafe.com e a frase mais dita pela garçonete foi "acabou, tem não". 


2. O inusitado cemitério bizantino, datado do começo do séc. XIX quando surtos de varíola cólera obrigaram que seus mortos fosse enterrados distantes da cidade. A sua arquitetura se deve à influência de comerciantes de diamantes de origem turca que lá viviam. É um local interessante para passear;


3. A Igreja Santa Isabel

Tombada pelo Ipham, a igreja fica em posição de destaque na entrada da cidade;


4. Parque do Cangaceiro onde são realizados os shows e espetáculos. Surpreendeu-me a estrutura e a qualidade dos shows noturnos ininterruptos (são dois palcos, quando termina o show em um, começa imediatamente no outro). É forró para ninguém botar defeito!







Uma boa dica gastronômica para os fãs de uma boa pizza legitimamente italiana (massa fina caprichada sem exagero na cobertura e com destaque para a qualidade dos temperos), é o italianíssimo Garagem

De propriedade de um italiano radicado na cidade, a pizzaria fica localizada na beira de um canal no final da rua principal (lado contrário à igreja matriz) e não tem placa alguma indicando onde é. Não subestime o local nem a ausência de pratos e talheres (a pizza é servida num papelão), pois a pizza é um deleite para os olhos e o estômago.


Outras atrações da região

Se você pretende se aventurar pelo Parque Nacional da Chapada Diamantina, recomendo bastante que procure uma Associação de Guias, pois não há sinalização nas trilhas.

Fora da cidade se encontram as principais atrações, das quais destaco:

1. Projeto sempre-viva e Museu vivo do garimpo

Sede do projeto criado para preservar a sempre-viva, flor típica da região e ameaçada de extinção, abriga também o Museu vivo do garimpo que conta a história da extração de diamantes na região. 

Há também trilhas para cachoeiras, com destaque para a do Piabinha e Tiburtino.


2. Poço azul

Localizado na região de Igatu, distrito de Andaraí, o Poço azul vai te surpreender com a incrível transparência da água, com a beleza das formações rochosas e com a simpatia do responsável pelo lugar, que para melhorar é fotógrafo profissional. A impressão é que você está em outro mundo! 


Transparência psicodélica do Poço Azul
Não precisa nem dizer que o mergulho é imprescindível.

Se gosta de comida regional, a dica gastronômica é aproveitar para almoçar por lá, mas prepare-se para ouvir a reclamação de Dona Alice se não for bom de garfo (tem de comer m-u-i-t-o!)


3. Poço encantado

A beleza do local são os tons azuis exibidos com a incidência do sol. Aberto apenas para visitação, sem oportunidade de mergulho.


4. Igatu

A vila que já foi lar de muitos garimpeiros de diamantes é um museu a céu aberto com incríveis ruas e ruínas de pedra.


5. Cachoeira do buracão

Se você gosta de emoções fortes, esta é sua atração, tanto pela dificuldade das trilhas como pela cachoeira propriamente dita. É simplesmente indescritível!

Fica localizada no município vizinho de Ibicoara.


6. Cachoeira da fumaça

São dois percursos, o que vê a cachoeira de baixo, bem mais longo, e o de cima. A altura da cachoeira é tamanha que no verão a água mal chega embaixo, se evapora antes.


Para mais informações, visite o sítio do Governo do Estado da Bahia.


Em outra oportunidade comentaremos sobre as atrações da região próximas a Lençóis.


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